O que acontece depois disso na fazenda não é nada parecido com o que os animais imaginaram. Por algum tempo todos realmente foram felizes e as tarefas eram dividias igualitariamente, porém em um encontro semanal dos bichos, Napoleão expulsa Bola-de Neve, que é perseguido por cachorros até sumir e ser perdido de vista. A partir desse episódio, o rumo da fazenda é outro. Os animais sofrem opressão, caso tentem expor suas opiniões sobre as decisões dos porcos. Os porcos são tidos como superiores, coisa que eles mesmo inventaram, por saberem ler e escrever, enquanto outros bichos não o sabem. Bola-de-Neve é culpado por conspirar contra a Revolução, tornando-se inimigo, coisa que não faz muito sentido para os animais. E, no fim, os porcos se assemelham tanto em atitude aos humanos, que fica confuso saber quem é quem. Ou pior, saber contra quem lutar, porque não se distingue o inimigo.
Orwell quis expor os fatos conforme ocorreram na URSS. Segundo o autor, ele não seguiu a risca a ordem cronológica, por uma questão de organização e lógica, porém os fatos marcantes estão ajustados conforme a história. O importante é a clareza com que se expõe os acontecimentos, tornando fácil o entendimento. Orwell não fez uma fábula para alguém em especial. Ele queria que compreendessem o que estava acontecendo de verdade. Seu livro foi usado como panfleto anticomunista, mas sua intenção estava longe dessa realidade, até por ser a favor do comunismo. Ele era contra o totalitarismo, que estava sendo praticado por Stálin.
"A Revolução dos Bichos" acaba sendo um livro que pode ser lido por crianças ou por idosos. É um livro para todos. Pode ser aplicado a várias culturas, a diversas épocas, a diversos políticos. Ele não é essencialmente um livro sobre totalitarismo, mas sobre diversos outros "ismos". Inclusive, deveria ser um livro obrigatório na cadeira de História dos colégios, facilitaria muito o entendimento da matéria. Inicialmente, pode não ser atraente, um tanto cansativo até, mas a curiosidade nos faz seguir lendo. Queremos saber o que acontece no fim, mesmo que não seja aquilo que esperamos.
Por fim, fica a frase do próprio Orwell como reflexão: "Se a obra não falar por si só, significa que ela fracassou".
Até o próximo post.